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O Manifesto da Garota

"Desabafos resultados de fraquezas", música, politiquices, opiniões gratuitas e posts sem conteúdo. Acima de tudo, vida, muita vida!

O Manifesto da Garota

"Desabafos resultados de fraquezas", música, politiquices, opiniões gratuitas e posts sem conteúdo. Acima de tudo, vida, muita vida!

Voltei (who cares)

Tinham-se passado anos.

Nunca mais falaram, não para além do Olá, como estás?, nas raras vezes que a vida os cruzou.

Mas ele lembrava-se dela. Oh, se lembrava. Do riso dela que vinha nas músicas, do jeito em que puxava o cabelo de um lado para o outro,- que o vento lhe lembrava- enquanto falava envergonhada sobre qualquer coisa que a apaixonava. Naquela semana que antecedia o concerto, mais ainda. Qual seria a probabilidade de a encontrar por lá? Será que ela se lembra?

Faltavam cinco minutos para começar. Espreitou pela cortina e percebeu que a sala estava cheia. "Como é que cheguei aqui?". Olhou em volta e não descortinou ninguém, na escuridão. Subiram. Acenderam-se as luzes e ali, no meio daquelas centenas de pessoas, o cabelo a ser puxado para um lado, de olhos baixos envergonhados e a sorrir, estava ela.

Viera. Sempre.

A vida é boa, não é?

Ando desapareida, eu sei.

Mas a vida tem-me ocupado e não há muito a partilhar. Tive uma proposta de trabalho. Um daqueles momentos de escolha de carreira. Resolvi ficar onde estou. Tenho mais responsabilidades e projectos e sinto-me a crescer como profissional. 

Tenho ido ao ginásio. De forma consistente, pela primeira vez na vida e custa-me quando as minhas responsabilidades não me permitem ir. Noto diferenças no corpo que apenas a mim são visíveis, mas que me motivam.

Amanhã começo as caminhadas até à Quinta da Atalaia, que a Festa do Avante está quase aí e eu preciso de momentos em que só tenha que fazer coisas, sem pensar em nada.

Os Da Weasel anunciaram um concerto em 2020 no NOS Alive e eu estou super entusiasmada, e entretanto, na próxima semana tenho Criolo no MIMO em Amarante.

A vida é boa, não é?

 

 

Once upon a time...

Boy meets girl, girl meets boy. Todos conhecemos a história. Poucos falam do que fica depois do fim.

Não estou a falar do happy ending dos contos de fadas, ou da parte do coração despedaçado em mil pedaços.

Falo do depois. Depois de ultrapassado. Quando encontramos a serenidade necessária para olhar para as coisas, puxar as lembranças, ouvir as músicas e, finalmente, sorrir, com tranquilidade e leveza no coração.

No meu caso, foi Girl meets boy. Boy é parvo. Só. Girl "caga" em boy e segue viagem. Boy stalka girl até a encontrar numa rede social (ainda hoje busco explicação para o facto de ele me ter encontrado....).

Resumido - Boy vira Casa, timing vira tremor de terra, Casa vira ruínas. Girl vira sem abrigo.

Mas a acredito, de verdade, que as pessoas não nos passam na vida por acaso. Há sempre uma lição, há sempre uma coisa boa que tiramos nossas experiências, até das más. Quando Casa apareceu eu era um caos. Um mundo de preocupações que não eram minhas. Um mundo de responsabilidades aos ombros. Aprendi a olhar para mim e para as minhas vontades e necessidades. Aprendi a dizer que não. Aprendi que não podemos exigir dos outros o que exigimos de nós. Aprendi que não podemos esperar que os outros nos sejam suporte. Aprendi paciência. E aprendi segurança. Aprendi que o que é meu volta. É bom deixar ir. Porque é melhor quando as pessoas voltam.

Aprendi que às vezes, só às vezes, o que é perfeito para mim não é perfeito para o outro. Que o timing é, de verdade, algo a ter em conta. Que existe excesso de honestidade e que isso também dói, embora menos.

Aprendi a ouvir músicas com alma, e a viver sem olhar para o relógio. A dançar na cozinha. A garantir que "dou conta" da minha casa, porque dizias sempre que não conseguia. A ouvir todos com atenção, e a procurar saber mais sobre tudo o que me interessa.

E, acima de tudo, aprendi a gostar de estar comigo. A querer estar comigo. Micro-orelhas incluídas.

Obrigada, Casa. 

He's not that into you

É o título de um filme, sim, e é um facto que precisamos de interiorizar rapidamente.

Há imenso tempo que não tinha um grupo tão alargado de amigas solteiras. É solteirice recente e que me deixa com os pés ainda mais atrás no que toca ao amor, mas é solteirice. E foi essa solteirice, o luto da relação, o criar novos hábitos, a dificuldade dos finais das relações que lançou o mote para a conversa que tivémos no fim-de-semana passado e que me tem ficado a marinar, desde então.

Primeira constatação: passamos a vida a desculpar as atitudes dos homens. Se vê a mensagem e não responde, está de certeza ocupado. Ou então adormeceu. Ou foi atropelado por um camião. O que seja! Na realidade, a única coisa que não assumimos, é que a pessoa pode, mesmo, não querer falar connosco.

Achamos que aquelas frases que dizem que quem quer arranja maneira são cliché, mas cliché maior é esta nossa mania de não querer ver o que está à nossa volta. E a verdade é que facilita! Há um episódio do Sexo e a Cidade que também aborda isto, e Miranda diz que olhar para a vida assim nos tira kgs de cima. 

É real. Mas também é real que isto é quase inato! Porque pouco tempo depois de estarmos a ter esta conversa, de que o gajo não responde porque não quer responder, e vai-nos trocando as voltas com o jantar que andamos para combinar porque, na verdade, não quer jantar connosco, uma de nós já estava a fazer exatamente o mesmo! 

Meninas, isto dá-nos conta do sistema nervoso, tira-nos anos de vida, faz rugas e cabelos brancos e gasta energia necessária para outras coisas absolutamente essenciais.

Eu tenho tentado simplificar as coisas e olhar para esta bosta da forma mais objectiva. Também navego na maionese, claro! Quem nunca? Mas tento chamar-me à terra ou chamar as minhas cá abaixo. Da mesma maneira que elas me chamam à terra, a mim.

Se custa? Sim. Se dói um bocadinho, principalmente quando gostamos? Sim. Mas o que é certo é que, torna tudo mais fácil. No fim, não perdemos nós, nem perdem eles (deixemo-nos dessa merda, também)! É só vida a ser vida, e bola para a frente.

Vamos a um cronograma capilar?

O meu cabelo, como o de todos, é imagem de marca. Normalmente pela irreverência - já viu tantas cores que faria inveja a um papagaio - e depois porque está constantemente despenteado. 

De tanta maldade que lhe fiz, ele agora está fraquinho. Quebradiço, sem corpo, baço... com resquícios da última descoloração.

Há uns tempos decidi que não lhe faria mais nada (embora entretanto já tenha tido várias ideias), mas a verdade é que já não me lembrava da minha cor natural e isso estava a chatear-me. Diz que a nossa cor natural é a que melhor nos acenta, não é verdade? Com isto em mente e muita frustração pelo aspecto descuidado, ande a pesquisar aquilo que já muita gente conhece e fez - o cronograma capilar. Quanto mais lia, mais dúvidas tinha. Deixei a ideia de parte, mas apenas até começar a ouvir falar de programas no poo e low poo, de ver alguns resultados e experiências no instagram. Voltei à pesquisa. Falei com a m-M, que isto para mim é tudo chinês, e pesquisei uma forma fácil de começar. Encontrei a Real Natura, uma marca portuguesa (minha vizinha), com produtos de cosmética naturais, cruelty free e sem tóxicos, que tem precisamente um Kit de Cronograma capilar, com a máscara de hidratação, nutrição e reconstrução em dois formatos - 200ml e 1kg!

Encontrei à venda na Pluricosmética, com preços apetitosos, (comprei o formato 200ml porque não sabia como é que o cabelo ia reagir) e não foi tarde nem cedo! Ontem cheguei a casa e lancei-me ao projecto (descarreguei uma app e tudo, para verem como vou levar isto a sério!).

Dia 01 foi dia de máscara de hidratação. A primeira diferença que notei (eu que praticamente só uso produtos de supermercado), foi a textura da máscara, muito mais densa, e o conforto que senti assim que a pus no cabelo. Estou muito curiosa pelos efeitos que este projecto possa ter na minha melena, por isso, assim que terminar  a coisa (10 de abril, segundo a minha app), volto a passar por aqui, para vos contar como foi.

 

Telegrama #79

Em conversa com uma amiga que está a tentar ganhar coragem para sair de uma relação que tem tudo para se tornar abusiva, dizia-lhe que ela não estava sozinha. Mas a verdade é que, em última instância, no fim do dia, chegamos a casa e estamos sós, e temos que ser nós a enfrentar os nossos demónios.

Há um limite para o que os amigos podem fazer por nós. Ainda esta semana dois amigos me davam opiniões muito distintas sobre atitudes a ter perante a história de desamor contemporâneo em que habito, mas a verdade é que, no fim da noite, quem decide sou eu.

Ainda assim, o apoio que nos dão pode ser motor para nos ajudar a tomar uma decisão difícil na nossa vida. Devemos apoiar-nos nos nossos amigos e na força que eles nos dão para avançar com decisões determinantes da nossa vida.

Telegrama #78

Sinto que és egoísta quando me dizes que está tudo bem, estamos bem. Não estamos. É mentira. A mais absoluta mentira. E eu entenderia se me dissesses que não estava. Que éramos acto falhado. Não somos, até. Mas não. Mentes, egoísta, para não me magoar.

Não sou de porcelana. A areia nos olhos só me irrita a vista.