Tenho estado ausente. Ausente da blogosfera e ausente do mundo, nestes dias. Vejam lá bem que nem tive 25 de Abril, tudo por uma boa causa (vingo-me amanha :D). Por isso, tenham a bondade de me esclarecer. Que raio se passa com as bananas e o #somostodosmacacos? É que eu não sou macaca. Temos ascendentes comuns, é certo, mas daí a ser macaco, parece-me exagero.
Como vos disse no post anterior, quero e vou fazer um seguro de animais domésticos para o Zé. Encontrei um que corresponde ao que procurava, analisei, vi com o meu agente de seguros, beca beca. Entretanto, ele, meu amigo de infância, bota no facebook que ficou surpreendido com a existência de um seguro para animais domésticos. Os comentários dividem-me até que chega alguém que bota isto "ahahah lolol nem comento. Ridículo!".
Para o Direito Português, os animais são coisas e são tratadas como tal. No entanto, para mim, o meu cão, cujo sangue lhe corre nas veias e que está muito vivinho, não é uma coisa. Faz parte da minha vida e depende de mim. A caixa que tenho ali ao lado da TV, a enfeitar, é uma coisa. O meu cão não é aquela caixa.
Uma pessoa que acha ridículo um seguro deste género não tem, muito provavelmente, animais. Não imagina o que é um cão a correr em casa e um mini ataque cardíaco quando a pata dele se prende no fio do carregador do portátil novinho em folha. Ou mesmo quando manda o Portátil XPTO do namorado ao chão. E faz contas ao prejuízo, oh se faz. E a esta altura ninguém caga dinheiro, perdoem-me a linguagem.
Quando a Lucy adoeceu e comecou a convulsionar à noite, liguei de imediato para o Hospital Veterinário. O preço para levar a minha menina lá, uma vez que já passava da meia noite, eram 176€. Sim, isso mesmo. Não há serviço nacional de saúde para eles. 76 euros de consulta e 100 de caução de internamento. Mínimo!
Mais medicamentos, mais a consulta da veterinária antes. Enfim, uma panóplia de coisas.
Quando falava com a minha mãe enquanto esperava que viessem buscar a minha bichinha ela disse uma coisa, que vos pode parecer muito mal, mas que me faz muito sentido "Estás assim e foi a gata... não quero imaginar se tivesse sido o cão!".
Eu não gosto mais de um do que do outro, nada disso, mas são-me diferentes. Sempre fui uma pessoa de cães muito mais do que de gatos. A minha fera era uma fofinha mas tinha uma vida independente, como gato que se preze. O Zé depende de mim para tudo e está sempre comigo, colado a mim, mesmo.
A Fera estava comigo há 5 meses... o Zé está comigo há dois anos. É diferente. E isso acelerou o meu processo de protecção. Eu, como já vos disse, já andava a pensar nisso há uns meses. Agora faz-me mais sentido que nunca. Preciso do descanso de saber que se acontecer algum imprevisto, estou garantida. E esse descanso, por 10€ por mês, para o meu bicho, parte da minha família, é baratíssimo!
Mas lá está, só quem tem animais percebe.... o resto do mundo, acha ridículo.
Acreditem que isto não é uma pergunta que me vão ouvir fazer mais vezes, mas desta vez é a sério.
Ando há uns tempos valentes a pensar fazer um seguro para o Gordo mais lindo de sua dona. E agora com este susto da Lucifera e o dinheirão que gastei em dois dias e com a certeza de que os meus bichos, infelizmente, podem adoecer e tudo mais, quero poder dar-lhes tudo! E decidi que é agora, e vou fazer o raio do seguro. Já vi alguns, mas se algum de vós que me acompanha souber ou tiver os seus animais segurados, digam-me qual o vosso seguro e como se dão...
Os meus bichos são a minha família. Vocês já viram aqui o quão disfuncional ela é, portanto, eles mantêm-me sã. A Lucy(fera) adoeceu de repente. Muito de repente. Deixou de comer, e eu achei que fosse da ração, que tinha mudado. Voltei à original, mas ela mal lhe tocava. Andava molinha, e eu, passado o fim de semana sem melhoras, levei-a ao vet. Mas não houve nada a fazer.
Fiz o que podia, e partiu-me o coração encontra-la ali, deitada, inerte. A minha bébé. A minha pequenina. Não consegui mexer-lhe ou tapá-la. Fechei a divisão e liguei para o canil municipal. Vieram buscá-la às 18.00h. Foi um dia inteiro de espera. E eu não vi nada. Não quis. O senhor da CML deve ter-se rido à grande à minha pala, porque me fechei no quarto com o gordo, e ali fiquei até ele pôr o saco à porta, do lado de fora.
A casa está vazia e voltámos a ser só nos os dois. O Gordo está triste como nunca o vi, nem as goluseimas dele come. Deita-se muito sossegado, a um canto ou em cima de mim, choraminga e eu choro com ele. A sala lá está, porque continuamos os dois no quarto, à espera que ela apareça a saltar para o nosso colo. A nossa pequenina. A minha bébé, a mana dele.
Mas fica-nos o consolo de saber que ela foi imensamente feliz aqui, connosco, com todas as tropelias do mano. Ronronou muito, brincou muito, comeu muito e dormiu muitos sonos aconchegada e quentinha. E ainda bem que assim foi.
Agora, somos só os dois, outra vez, a dormir aconchegados e quentinhos, com o espaço do nosso feijãozinho no meio.
A Lucifera adoeceu, de repente. Foi uma coisa muito má porque me levou a minha bichinha. Entretanto, sei que em todo o tempo que esteve comigo foi uma princesa feliz...
Não ando fugida, e não é que não tenha nada para os dizer. Ando é com preguiça de vos escrever! lol
As entrevistas continuam e eu até já arranjei, a modos que desenrasquei, uma ocupaçãozinha. Esta semana estou à experiência num escritório. Já lá tinha ido a uma entrevista, no início do ano. Entretanto a coisa, leia-se, o dinheiro, não se deu e eu nunca mais me lembrei do dito até começar a bater com a cabeça nas paredes... Decidi então ligar para a pessoa responsável, e no dia seguinte verifico que pôs um novo anúncio. Seria o destino? Respondi, e chegamos, basicamente ao momento de hoje.
De qualquer maneira a experiência (duas tardes, so far) está a correr bem, acho eu. Sinceramente, esta coisa da advocacia faz-me alguma espécie. EDstou habituada a uma coisa que dificilmente voltarei a sentir em qualquer trabalho - sentir que estou a ajudar as pessoas, do lado certo. Eu fazia aquilo em que acreditava e não me custava nadinha. O meu trabalho, desde o primeiro dia, em termos de conteúdo, não precisava de correcções.
Agora sinto que acabei de sair da Faculdade e que não sei nada de nada. Não me lembro de montes de coisas e sonho com códigos de processo civil. É esquisito.
A demanda pelo trabalho procura. Talvez seja amanhã, talvez na próxima semana, talvez eu venha a gostar disto dos advogados... talvez. Prometo-vos agora que não vos abandono outra vez!