O NOS Alive, este ano, está mesmo decidido a ser o melhor cartaz de sempre. Já perdi a oportunidade de Alice in Chains, porque sou um bocadinho alérgica a festivais e este nome só foi anunciado depois de esgotadíssimos os bilhetes para o dia 14 ou os passes de 3 dias. Mas do nada lançam-me Nine Inch Nails (sim, o original da Hurt que grande parte do mundo associa ao Cash, é deles e podem ouvir aqui). O meu eu pita fluorescente ficou aos pulos. De seguida, Artic Monkeys. Juntamos QOTSA que já estava anunciado e já me vale a pena ir dar o corpo ao manifesto comprar o passe.
Valha-me a nossa senhora da minha carteira, protectora da minha conta bancária.
Depois de a manhã ter começado bem, mas bem (já vos conto), lembrei-me de vos perguntar, para estatística, se sabem quem é o intérprete original da música Hurt.
Uma pessoa tem tanto medo de voltar a queimar-se que, em qualquer circunstância se põe à defesa. Mas depois fica com medo de estar a perder uma coisa que pode ser mesmo boa, independentemente da coisa que seja, que não sabe agir e fica perdida na vida.
Serei a única que não viu Super Nanny? E que mesmo não tendo visto acha que o conceito é idiota e é, mais uma vez, ganhar audiência com a exposição de temas sérios e que devem ter uma abordagem igualmente séria e não servir para entretenimento?
Com estas mudanças todas na minha pessoa, o blog também vai mudar. Ou melhor, o nome. O conteúdo será o mesmo que, por estes dias tem sido nulo. Perdoem-me por isso.
Cheguei aos trinta. E entrei nesta nova década com um sorrisão na cara e o coração quentinho. Aprendi muito, nos últimos anos. Aprendi muito de mim, e cresci muito. Não sei se já vos aconteceu, acredito que sim, sentir esse crescimento, esse amadurecimento. A maturidade a tomar conta de nós, da forma como lidamos com as coisas.
Encontrei paz. Não em tudo, mas na forma como lido com esta vida que prega partidas. Talvez não seja paz. Encontrei serenidade. É isso. E sinto-me feliz. Porque percebi que a felicidade só depende de mim. Encontrei amor, muito amor à minha volta e muito amor neste coração que, vocês sabem, já passou por tanto. E ama, ama sempre. Ama os amigos e a família. E as coisas bonitas da vida. E assim aprendi que, aconteça o que acontecer, temos sempre capacidade de amar.
Descobri que, sim, resiliência é capaz de ser o meu adjectivo. E não, não tenho mau feitio. Mas aprendi a dizer não e a pôr o meu bem estar e as minhas necessidades como prioridade. E assim aprendi liberdade. Liberdade de fazer o que quero, quando quero, com quem quero, sem a necessidade que sentia de me justificar.
Conheci pessoas novas que me ensinaram tanta coisa. Umas vieram e partiram, outras vieram e ficaram. Fiz amigos novos e mantive os velhos. Alguns destes também ficaram pelo caminho. Mas é a vida a acontecer. E assim descobri que aquele chavão "aceita que dói menos" também é real. Aprendi a aceitar e a relativizar. Quando se fecha uma porta abre-se um janelão. E tudo acontece com um propósito.
Trabalho muito para não andar aqui em espirais de ansiedade à conta de ser uma overthinker nata, e tenho conseguido. Let it be tem sido o lema.
Sou finalmente reconhecida no meu trabalho. Cresci, também aqui. O emprego anterior foi um poço de lições e, a principal, é que não voltarei a passar por aquilo e criar esse limite só a mim me compete.
Acima de tudo, foda-se, estou bem. Bem e feliz! Que o que vier, daqui para a frente, apenas me acrescente. Que não permitirei que nada nem ninguém me roube esta serenidade.
Se tem sido sempre este conto de fadas? Não. Se o será sempre, todos os dias, daqui para a frente? Cabe-me a mim.