Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Manifesto da Garota

"Desabafos resultados de fraquezas", música, politiquices, opiniões gratuitas e posts sem conteúdo. Acima de tudo, vida, muita vida!

O Manifesto da Garota

"Desabafos resultados de fraquezas", música, politiquices, opiniões gratuitas e posts sem conteúdo. Acima de tudo, vida, muita vida!

Férias, se prepare qui vou-lhi usá

O título é enganador. Vou de férias, sem vontade (não de ir de férias mas de as passar como estão planeadas). Além de que vou ter que levar o portátil atrelado....

Na próxima terça arranco directa ao Norte da Alemanha para passar uns dias (12, mais precisamente, um exagero, a meu ver....) com a progenitora. Zero tempo de preparação de mala e/ou planeamento da mesma. Zero tempo no fim-de-semana para me dedicar a isso ou a qualquer outra coisa que envolva a viagem. Conhecem duendes que façam estas coisinhas por nós? De que é que não me posso mesmo esquecer? O que é que levam sempre atrás de vocês?

Tendo em conta que a senhora minha mãe vive ali coladinha à Holanda, estou a perspectivar roubar-lhe três dias do meu amor e dedicação e rumar ao país vizinho para dar um giro. Talvez até visitar o melhor amigo, quem sabe. Já alguem andou por Eindhoven? Alguma coisa interessante para fazer por ali?

Acudam-me, que preciso de vós.

Ás vezes, as pessoas cansam-me.

A minha vida é uma roda viva de compromissos que assumi, entre o trabalho, os compromissos políticos e os associativos. Muitas vezes em deterimento dos meus tempos e dos meus amigos. Ainda assim, esforço-me por ser o mais presente possível.

Desde há uns tempos para cá, e depois de uma conversa com Ex-D-Baby-Gadelhudo, percebi que muito da minha neura, mau humor, tristeza e falta de força anímica, não vinha de mim, de coisas minhas. Vinha dos outros. Dos dramas dos outros que me drenavam. Ainda há pouco tempo aqui disse que me chateiam as pessoas que querem resultados diferentes mas fazem sempre as mesmas coisas.

Depois dessa conversa, tomei a decisão de cortar um bocado com estes tampões emocionais e notei francas melhorias na minha disposição. Mas ainda assim, não lhes virei as costas. Não consigo. São os meus amigos.

O dia de ontem começou com dramas profundos ainda não eram 8.00h. Atentem: eu acordei às 6.30h, fresca e fofa, feliz da vida, cheia de genica! Cheguei ao trabalho stressada, derreada, aborrecida, preocupada. Podia ter evitado isto se não tivesse atendido aquela chamada, se tivesse entrado noutra carruagem e mudasse de comboio, como sempre faço. Mas eu não sou assim.

O que é certo é que ontem quando cheguei a casa parecia que tinha sido atropelada por um camião, e o cansaço emocional era tanto que hoje até me custou a levantar.

É isto. As pessoas cansam-me, porque eu falo e entra a 100 e sai a 1000. Frustram-me quando as tento ajudar a sair das fossas em que se estão a enterrar e é como se falasse para uma parede. E isto acontece não porque sou egoísta ou porque tenho falta de empatia, mas porque a tenho a mais e preocupo-me demais. Sinto-lhes as dores. Ver amigos meus mal é-me terrivelmente penoso. Mas aprendi que tenho que me saber afastar. E desligar. Só que essa parte... essa parte, os amigos não percebem.

Serei louca?

Esta que vos escreve, que mal tem tempo para dormir, decidiu agora que vai avançar com um sonho de anos. E como não há tempo a perder, é para avançar para já. Se a coisa se concretizar sou capaz de vos vir aqui explicar, de viva voz, o que é um Burn Out. Ou não, que quem corre por gosto, não cansa.

35 horas para todos!

Hoje o PCP leva à Assembleia da República uma proposta de redução da carga horária semanal para 35 horas, no público ou privado.

Não é a primeira vez que aqui falo disto. Não encontro o post em questão, mas por altura em que a Função Pública lutava para regressar às 35 horas uma das coisas que aqui disse é que entendia que o caminho deveria ser o da redução da carga horária para todos os trabalhadores. O meu partido também acha que sim (e pelos visto, agora, o BE também dá o ar de sua graça neste tema).

 

Nos tempos que vivemos, os avanços científicos e tecnológicos permitem maior produção em menor período de tempo, inclusivamente com menor intervenção humana, em muitos casos. Porque é que estes avanços não hão-de sustentar uma redução da carga horária semanal e um aumento da qualidade de vida dos trabalhadores (que somos 90% da população)?

Pensem lá no impacto que teria na vossa vida o vosso dia de trabalho terminar às 17.00h?

 

 

 

Do mundo.

A leviandade com que se está a encarar esta história de Alcochete choca-me tanto como a leviandade com que assobiam para o lado com o que se passa na Palestina (Genocídio, em pleno século XXI), ou na Syria, ou num qualquer outro ponto deste nosso mundo onde os Direitos Humanos sofrem ataques todos os santos dias.

A leviandade com que se brinca com o que aconteceu ontem a um grupo de trabalhadores no seu local de trabalho, utilizando o que aconteceu para "gozar" com o presidente daquela casa, choca-me e leva-me a perguntar que pessoas são estas que põe preferências clubísticas à frente do ser humano e da sua integridade física.

Empatia, minha gente. Empatia. E solidariedade, muita.

António-casa

Há pessoas-casa. Isto é descoberta recente. Pessoas-casa são aquelas cuja presença nos dá paz e segurança. Não tenho muitas pessoas-casa, mas tenho algumas. Mas se me perguntarem quem é A minha pessoa-casa, a resposta não poderia ser mais supreendente.

Pessoa, Nininho da minha vida, dizia, e bem, que a importância das coisas não está no tempo que elas duram mas na sua intensidade. Aqui é isso mesmo. A minha pessoa-casa apareceu de repente e tornou-se numa das pessoas mais importantes da minha vida. Tenho-lhe uma admiração profunda e o amor mais incondicional e puro que alguma vez imaginei possível. Quero-lhe o melhor do mundo, que seja a sua melhor versão possível (podia ser um post fit, este, mas não é), que consiga alcançar tudo aquilo a que se propõe, que sei que consegue e, acima de tudo, que saiba que estou cá para ele, aconteça o que acontecer.

Mas a vida dá mil voltas. E as relações das pessoas são cheias de cinzentos e poucos pretos e brancos.

Ontem perdi a minha pessoa-casa. Não nos chateámos. Mas os cinzentos da nossa vida são demasiado escuros. As pessoas são livres de tomar as decisões que entendem para a sua vida, as decisões que lhes tragam felicidade.  E compreendo que por vezes existam coisas difíceis de conjugar por serem difícieis de explicar para quem está de fora e é alheio a isto tudo. Há coisas que são nossas e tão nossas que ninguém no mundo perceberia. E o mundo é ruim e vê maldade em tudo. Temos que nos proteger e proteger quem amamos. E, vai daí, fazemos escolhas. As que nos parecem acertadas. As que são acertadas, talvez. Perdemos pessoas-casa para manter pessoas-vida. Quebramos as promessas. Contrariamos a vontade de querer continuar a fazer parte da vida do outro. Por medo de melindrar, de magoar, de criar desconforto.

A minha pessoa-casa apareceu de repente e tornou-se numa das pessoas mais importantes da minha vida.

Mas ontem perdi a minha pessoa-casa, e o cinzento da nossa vida, demasiado escuro, passou a preto. Já lhe sentia falta todos os dias. Agora é-me saudade, só.

Crise de meia meia idade

Estou com uma crise de meia meia idade. Meia meia porque os 30 não são a meia idade...

Ontem à tarde abateu-se-me uma neurose profunda sobre a minha pessoa. Sabe-se lá porquê. Do nada. Desanimada, tristonha. Vontade de arrancar do trabalho e ir ser feliz. Fora daqui, entenda-se. Ah, mas não gostas do que fazes? Gostas. Mas falta-me qualquer coisa para me sentir mesmo, mas mesmo realizada. Sentir que estou a fazer a diferença na vida de alguém. Sei lá...

Não será propriamente no meu trabalho que vou fazer essa diferença. Mas sei que trabalho, fora daqui, para mudar o mundo. Sei que esse "trabalho" é árduo, que é longo e que me vou desanimar muitas vezes porque a luta é maior que eu, superior a mim, e que as minhas acções, tomadas de posição, etc. poderão ter impacto visível apenas daqui a muitos, muitos anos. Talvez até quando eu já tiver ido desta para melhor. Mas há dias em que desanimo. Sinto falta de entusiasmo.

Hoje, talvez à conta do tempo parvo, a coisa não está melhor. Continuo desanimada e com um grau de produtividade inferior a zero. Junta-se a isso um camadão de sono e a antecipação de uma reunião chata como tudo às 21.00h.

Apetece-me mandar tudo à fava. Mas depois lembro-me que tenho um cão alarve que precisa de comer. E pronto, aguentemos.