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O Manifesto da Garota

"Desabafos resultados de fraquezas", música, politiquices, opiniões gratuitas e posts sem conteúdo. Acima de tudo, vida, muita vida!

O Manifesto da Garota

"Desabafos resultados de fraquezas", música, politiquices, opiniões gratuitas e posts sem conteúdo. Acima de tudo, vida, muita vida!

Once upon a time...

Boy meets girl, girl meets boy. Todos conhecemos a história. Poucos falam do que fica depois do fim.

Não estou a falar do happy ending dos contos de fadas, ou da parte do coração despedaçado em mil pedaços.

Falo do depois. Depois de ultrapassado. Quando encontramos a serenidade necessária para olhar para as coisas, puxar as lembranças, ouvir as músicas e, finalmente, sorrir, com tranquilidade e leveza no coração.

No meu caso, foi Girl meets boy. Boy é parvo. Só. Girl "caga" em boy e segue viagem. Boy stalka girl até a encontrar numa rede social (ainda hoje busco explicação para o facto de ele me ter encontrado....).

Resumido - Boy vira Casa, timing vira tremor de terra, Casa vira ruínas. Girl vira sem abrigo.

Mas a acredito, de verdade, que as pessoas não nos passam na vida por acaso. Há sempre uma lição, há sempre uma coisa boa que tiramos nossas experiências, até das más. Quando Casa apareceu eu era um caos. Um mundo de preocupações que não eram minhas. Um mundo de responsabilidades aos ombros. Aprendi a olhar para mim e para as minhas vontades e necessidades. Aprendi a dizer que não. Aprendi que não podemos exigir dos outros o que exigimos de nós. Aprendi que não podemos esperar que os outros nos sejam suporte. Aprendi paciência. E aprendi segurança. Aprendi que o que é meu volta. É bom deixar ir. Porque é melhor quando as pessoas voltam.

Aprendi que às vezes, só às vezes, o que é perfeito para mim não é perfeito para o outro. Que o timing é, de verdade, algo a ter em conta. Que existe excesso de honestidade e que isso também dói, embora menos.

Aprendi a ouvir músicas com alma, e a viver sem olhar para o relógio. A dançar na cozinha. A garantir que "dou conta" da minha casa, porque dizias sempre que não conseguia. A ouvir todos com atenção, e a procurar saber mais sobre tudo o que me interessa.

E, acima de tudo, aprendi a gostar de estar comigo. A querer estar comigo. Micro-orelhas incluídas.

Obrigada, Casa. 

Telegrama #78

Sinto que és egoísta quando me dizes que está tudo bem, estamos bem. Não estamos. É mentira. A mais absoluta mentira. E eu entenderia se me dissesses que não estava. Que éramos acto falhado. Não somos, até. Mas não. Mentes, egoísta, para não me magoar.

Não sou de porcelana. A areia nos olhos só me irrita a vista.

Dos atlas de imagens e de Casa

Acredito que as coisas acontecem por uma razão. Ou quero acreditar porque, na verdade, isso ajudaria a lidar com todas as frustrações. Num deslize percebi que estás, finalmente, a fazer o teu atlas de imagens. Fiquei feliz, lembrei-me de quando me falaste dessa ideia, num qualquer momento em que me apaixonei mais um bocadinho. E depois bateu aquela tristeza do afastamento e de já não partilharmos opiniões, ideias, paixões e sonhos. Pronúncio de fim (como assim, pronúncio?).

Sábado foi um mal necessário. Um concerto de Nerve que, em mim, és tu, Casa, invariavelmente, sonhos e lágrimas e sorrisos e copos de vinho e sushi e gargalhadas, no teu espaço, contigo e sem ti ao mesmo tempo. A incerteza do reencontro que se transformou na certeza da morte da magia. E mais, na certeza de que ainda te sinto tanta falta e ainda me és paz, e que está na hora de te deixar morrer, em mim.

Estás em ruínas. Os tacos do chão levantados, fendas nas paredes, metade do tecto caído. Mas ainda havia um raio de sol a entrar pela janela, que resplandecia nas películas de pó próprias das casas abandonadas. Quando cheguei a ti-Casa, no Sábado, tinhas fechado tudo. Sete chaves e mais cadeados. O sol não raiava em lado nenhum e estava um gelo que doía.

Esta Casa já não é minha. Na verdade nunca foi. Sonhei com ela e com as paredes decoradas de música e livros. Mas nunca a habitei, verdadeiramente. Foi como despertar. E foi isso que me aconteceu nessa noite, pós-tudo. Despertei. Cedo, de madrugada mesmo. Com o coração em pedaços (ou nunca tão uno como nesse momento, em que me doía de aperto), e a única coisa que me saiu dos lábios foi "morreu". 

Mu(dança)

Tremi quando peguei no telefone e vi o teu nome. Quando conduzia para casa, minutos antes, pensava em ti e amaldiçoava uma qualquer memória que achou que era o momento de me atormentar. Vão sendo mais espaçadas, já não és uma constante ali atrás no meu cérebro – o teu nome escrito em LED em fundo escuro a ecoar a cada batimento cardíaco. A coincidência era grande e só me lembrava de uma das primeiras coisas que escrevi aqui – não existe essa coisa de duas pessoas que pensam uma na outra ao mesmo tempo, na nossa história.

 

Ouvir a tua voz… trazes uma calma na voz que nem mil anos me vão conseguir dar palavras suficientes para te explicar, e ainda assim tremia. Tanto medo do que tivesses por dizer. Tantas saudades a cortar-me a voz, a mim. Devo ter-te parecido a pessoa mais fria e distante…

 

Ainda assim surpreende-me que tenhas achado que devias ligar por isto. Por estas páginas de coisas despejadas. Ainda mais quando não achaste que devias ligar quando te abri a alma e me expus, nua, sem reservas. Achei estranho e fiquei com a sensação de que havia mais por dizer. Mas, a verdade e que aqui já disse, é que me tenho enganado redondamente sobre nós. O meu instinto, que é sempre coisa tão certa, parece que desliga quando o assunto é esta história de desamor contemporânea.

 

Ainda assim, caramba, ainda assim, percebi que te sinto a falta vezes demais. Dessa tua crença e fé que tens em mim, e que eu falho a ter tantas, mas tantas vezes.

 

 

 

 

Menti-te. Ainda és Casa. Mas um dia, um dia destes, mudo-me.

Aos 30...

Percebes que tens muitas dificuldades em falar do que sentes, principalmente quando não é bom ou bonito. É-te difícil confrontar o outro com a dor que te causou, porque, na verdade, sempre foste desencorajada de o fazer. Crias medos. Medo de falar e ser ridícula. Medo de que a outra pessoa se chateie - wtf? - medo de que não percebam. E vais digerindo as dores de uma vida sozinha, sem que os outros saibam as dores que te causaram-.

Aos 30, percebes que isso não tem razão de ser, que te entristece e envenena. Aos 30 abres-te francamente e sentes-te mais leve 50kg. Aos 30 sorris porque tens alguém na tua vida que te permite sentir confiança suficiente para poderes falar até sobre a dor que te causou sem medos. Aprendes mais sobre ti e cresces.