Mu(dança)
Tremi quando peguei no telefone e vi o teu nome. Quando conduzia para casa, minutos antes, pensava em ti e amaldiçoava uma qualquer memória que achou que era o momento de me atormentar. Vão sendo mais espaçadas, já não és uma constante ali atrás no meu cérebro – o teu nome escrito em LED em fundo escuro a ecoar a cada batimento cardíaco. A coincidência era grande e só me lembrava de uma das primeiras coisas que escrevi aqui – não existe essa coisa de duas pessoas que pensam uma na outra ao mesmo tempo, na nossa história.
Ouvir a tua voz… trazes uma calma na voz que nem mil anos me vão conseguir dar palavras suficientes para te explicar, e ainda assim tremia. Tanto medo do que tivesses por dizer. Tantas saudades a cortar-me a voz, a mim. Devo ter-te parecido a pessoa mais fria e distante…
Ainda assim surpreende-me que tenhas achado que devias ligar por isto. Por estas páginas de coisas despejadas. Ainda mais quando não achaste que devias ligar quando te abri a alma e me expus, nua, sem reservas. Achei estranho e fiquei com a sensação de que havia mais por dizer. Mas, a verdade e que aqui já disse, é que me tenho enganado redondamente sobre nós. O meu instinto, que é sempre coisa tão certa, parece que desliga quando o assunto é esta história de desamor contemporânea.
Ainda assim, caramba, ainda assim, percebi que te sinto a falta vezes demais. Dessa tua crença e fé que tens em mim, e que eu falho a ter tantas, mas tantas vezes.
Menti-te. Ainda és Casa. Mas um dia, um dia destes, mudo-me.