O ambiente do escritório hoje é de um nervoso miudinho quase imperceptíval mas que já me pôs a suspirar. Final do ano é sinónimo de fechar todos os temas em aberto... incluindo aqueles que descansam nas profundezas de um monte de folhas e dos quais já não nos lembravamos. Mas a única coisa que tenho na cabeça, de momento, é a música de Natal da Comercial (e dança, dança, dança!).
Hoje uma amiga perguntou como ia ser a minha passagem de ano/aniversário. Que ia passar com uns amigos. Falava-me a medo e eu antecipava o desfecho. Ela estava em chão de vidro, sem saber onde podia pousar o pé em segurança. D. Ex-Baby Gadelhudo estará lá, de certo. Não irei, pois claro. Só a ideia de passar o meu aniversário com ele, da forma como as coisas estão, foi um soco no estômago. Nop. No way. Safo-me de outra forma. Obrigadinha. Mesmo.
Com o bater da porta de casa chega também o peso no coração. Vai-se a vontade de rir e a capacidade de ver o copo meio cheio. Há dias difíceis, mas as noites, essas, são terríveis. E, agora? Agora safa-te, J.B.
Vou hoje devolver o presente de Natal. Segunda vou agarrar no dinheiro da devolução e enfiar-me no Ikea a comprar as coisinhas da minha wishlist ara o meu quarto. Afinal, safo-me.
Há um ano e pouco fui, feliz e contente à anteestreia da Guerra das Estrelas. Há um ano e pouco atrás estávamos os dois em pulinhos, felizes em modo nerd. Este ano não tenho (ainda) companhia para ir ao cinema. Alguém quer ir comigo?
Ontem também tive uma vontade repentina de comer uma tablete de chocolate e abrir uma garrafa de vinho, envolta em mantas, enquanto via um filme. Não tinha chocolates nem vinho nem a ti para te cravar. Bebi ginja. Aqueceu-me a alma. Calcei umas sapatilhas (na minha terra são sapatilhas, digas tu o que disseres. Ténis é desporto.), e fui ter com amigos. Ri-me. Safei-me.
Ontem deu-me um ataque de saudades. Daqueles que se transforma em mão negra que aperta o coração e embarga os olhos. Contrariei. Lembrei-me das coisas que me irritam. Enchi-me de raivas. Passou-me.
Aquele momento em que o nosso aquecedor morre, está um frio desgraçado e nos lembramos que, noutra vida, um gadelhudo idiota se ofereceu para nos empresta(da)r um aquecedor a gás e nós dissemos que não.